P u r a P o e s i a

Todas as formas são livres o tempo escorre na plataforma do querer e digere todas as mágoas que a tolice engoliu.

Por que sua estrela não brilha se o Universo inteiro desponta bem dentro de ti.

Escape do golpe final Retrate sua vida como num filme de final bem clichê. Repare no que te interessa. Conquiste o que já habita em ti. Dorme tranquilo porque o golpe atinge somente  aos que se demoram nas feridas.

Quantas luas com o minguante desamor? Estação de amor  não floriu por inteiro no jardim que espalha solidão.

por ser porto inseguro seguro em suas mãos e declaro que estou perdida na selva dos meus descaminhos buscando por uma história que insiste em não ser minha.

esquece a hora desmonte ponteiros e faça desse tempo de amar eterno momento do querer.

O tempo passa num passe de mágica carrega mágoas e alegrias recarrega as energias e descarrega um tanto de tristeza.

Foram feitas de incertezas todas as portas que tive  que abrir para alcançar outra sintonia.

prendo-me a que? se as armadilhas são feitas  de prisões imaginárias e cada caminho insinua outro caminhar e o descontínuo não querer celebra uma verdade libertadora.

Tempo trazendo tantas tempestades tolas todas tentativas tortuosas

Cartão com certa categoria Carregava concreta conexão com cada célula com camada camada carnal

Sinto suaves sensações sobre sonoros sentimentos somando  simplesmente sem sentido

Falas falácias frágeis fugidias faceiramente finalizas feito faca forçando ferida  fatal

até que eu esqueça o teu sorriso e tu partas sem  nem mesmo fazer as malas

Dor destino de quando em quando passam por perto e saem levando sonhos sentidos suavemente

Estranha forma de servir no prato da vida há algo sempre para ser saboreado quente ou friamente

todas as formas em todos os tempos necessitam de bons ventos

Transformar a aridez  em fertilidade o verso triste  em saudade

não habito mais esse lugar mas carrego comigo a meninice na memória

A poucos passos do  fim de um verso sigo riscar mais uma rima e improvisar mais um pouco já que o poeta tem fama de louco por que não arriscar amar novamente?

se a vida é mesmo temperada por mim vou até o quintal da minha infância  colher os mais saborosos frutos e dar um toque  especial ao menu dos meus dias

o canto oprimido já não  mais oprime a parte dolorosa não dói mais e o que era amargo por fim adoçou

Cortemos as palavras com a língua afiada com a pena firme com a cara e a coragem

Começa daqui de onde parou e tenta ver cores mais intensas e admirar-se com a simplicidade do instante  Há ainda um brilho do luar escondido entre um amanhecer e outro e algumas gotas de chuva armazenadas nesses dias de aridez.

Organize-se dinamize-se inove-se reconstrua-se desconstrua-se pedaço por pedaço devem ser triturados ainda mais e mais. São passos diferentes de formas tão iguais.

a poesia vive adormecida para um dia ser despertada os sonhos guardam segredos das noites para poderem amanhecer em formas reais