P u r a P o e s i a

O mesmo véu que cobre  as desilusões e tristezas do ano que finda esconde com sutileza encantadora o ano que vai nascer.

O Sr.Gentileza bateu logo cedo na minha porta Pediu  licença cumprimentou-me e gentilmente agradeceu-me.

você sempre tem as respostas  que preciso ouvir.. que gosto de ouvir parece mesmo  que me adivinhas

Já escondeu em seu corpo tanta dor e tanto prazer que hoje sua alma segue livre em busca de um amor verdadeiro Óleo sobre tela 100x70 Tavares Manuell

pontua marca desmarca e sempre passa o tempo escoa  faz desfaz refaz o tempo categoricamente valioso sempre corre e escorre nas minhas mãos

Gostava de costurar retalhos um a um a fazia recordar  o passado docemente perder o tempo presente e temer pelos dias que viriam.

Cristalinamente fechou-se o ciclo alguns chamariam de  mau agouro outros porém de bons presságios.

Novo tempo florescendo setembro folhas caíram com outros ventos conquistas e viagens perfumadas entres rosas e aromas encantados setembro primavera bem dentro do coração

A doçura da menina ruiva continua na boca da mulher  que ama tão suavemente.

Flores que chegaram bem no momento que o inverno tentava tomar conta do meu coração.

Que caiam chuvas de flores nas paisagens das minhas janelas e em todas elas hei de aguardar o sabor da primavera.

Não gosto do mês de agosto do gosto sem gosto que ele deixa na boca da chuva bem fria do vento que arrasta do mau agouro do cachorro louco e do desamor na paisagem do tristonho amanhecer.

Por entre os dedos escorrem os desafetos.

Estou sem tempo para brincadeiras estou girando na roda da vida.

antes mesmo da tempestade chegar protejo-me em um abrigo bem seguro.

O gole suave com gosto de quero mais.

é a palavra escorrendo feito gesto simples na escuridão do real é o mistério profundo que escorre entre os dedos.

Não queime etapas liberte o seu lado mais sombrio para que o seu rosto consiga cobrir-se urgentemente de luz

Quero um vento que leve a dor que me agoniza quero um pedaço da vida que lembre felicidade.

Aposto na crença toda a memória implora por tempos mais felizes. Lá do alto recolho as migalhas da minha fé e recomeço no momento onde bem poucos resisitiriam.

Gosto de deixar aberta a janela para meus sonhos te buscarem e minha solidão dividida  com aqueles que acreditam no amor.

Entreguei o ouro ao bandido. Deixei o mocinho tomar conta da historia e roubar a cena . Quis ser o tal e tal como a vida é: descobri que milagres acontecem. Assim como quem é vivo um dia aparece E que quem fere esquece mas quem é ferido fica a fogo e ferro marcado.

Se espalha no copo de quem bebe fala coisas que não repetiria. agride a própria imagem porque a noite persegue sonhos que não lhe pertencem. Sabe que a morte chegará sem aviso mas prefere pensar na vida como  palco do improviso.

Sou poeta que vivo a flor da pele por isso deixo minha alma arranhada quando lido com pessoas grosseiras. Esfrega na pele a dureza  do mal querer Desfaz a fantasia da festa e desvenda a louca vontade contida nos versos.

Cortinas fechadas e o suspense do grande espetáculo que a vida tantas vezes nos apresenta.

A pretensão da palavra é desfazer a rede. A rede prende  a palavra liberta. A palavra é farol e ilumina o que antes instalou-se  como escuridão. A palavra então torna-se arco e permite-se transcender  o absurdo ato covarde do silenciar.

Vou te levar para  um lugar  bem tranquilo e tentar a alquimia do seu aroma com o meu. E depois de tantas palavras proferidas entre um breve e um longo beijo: começar uma bela historia.

São Jorge guerreiro  imortal  cruza as fronteiras do meu coração. E me liberta da dor da incerteza. Me dê forças para lutar com suas armas defendendo meu corpo  e a minha alma  das armadilhas da vida.

Não movo mais uma palha por você não movo um dedo para apontar uma ideia não movo um obstáculo que esteja impedindo você de passar com seus tantos problemas. E olha que até bem pouco tempo tudo em você era  só movimento.

Guarda teus sonhos aqui...guarda. Quando tudo havia desmoronado construí uma casa bem firme feita de amores e de verdades de carinhos e dos melhores afetos para você morar.

Abre a cortina o espetáculo continua. Aplauda o despertar de um novo talento. Aguarde o delírio e a alegria estampados no rosto de quem nunca perde o gosto pela fantasia.

O tempo eterno que amorna as dores esquenta o coração enquanto não esfriam as mágoas.

Não guarde suas lágrimas liberte-as num ato incontido  de exorcizar a dor que agoniza e o medo contido no amor.

Crio a forma do poema modernizando-o além das aparentes palavras.

Por vezes não há disputa entre o mal e o bem. Eles até se comprazem.

Ficou bem aqui a aparente vontade de tudo conquistar.

Somos tão diferentes e tão capazes de fazer  tudo tão igual.

Sonhos diversos em dias tão casuais.

Não me espantes com sua falta de coragem.

No fim da festa arrisco-me a dizer: que as garrafas tomam conta de tudo.

Um dia descobri: que conhecer estradas é bem mais que percorrê-las... é imaginá-las e senti-las profundamente.