P u r a P o e s i a

No afago do vento ele rema livremente porque sua liberdade deu-lhe braços fortes e sempre abertos para o mar

Trago nas mãos todas as  marcas dos amores feitos ou desfeitos  pela poeira do tempo

De qual paisagem necessitamos para deixar o brilho acender verdadeiramente dentro de nós?

Há o mistério o que se diz e não se quis dizer o que deveria ser dito e se calou Sobrevivendo assim  o imaginário e o impreciso querer

desmancham-se entre as flores  e os espinhos na colheita poética

Porque criou raízes soube tomar conta  de quase tudo

É tanta saudade para ser  armazenada num só coração

Na terra árida da saudade cultivo a mais bela flor regando-a com as lágrimas por tê-lo feito sofrer um dia.

Nossas primaveras foram cultivadas entre as cores e os sabores de um grande amor.

Há sempre flores perfumadas no coração de quem  conheceu um amor verdadeiro

Não quero perder a esperança em novos dias por isso trago a lua poética bem guardada  na menina dos meus olhos

é mesmo feriado aqui no coração de quem luta diariamente pela independência ou morte

Janelas que abrem e fecham todos os dias novas possibilidades em nossas vidas

É  preciso um tear de desejos para que fio a fio transformemos velhos sonhos em novíssimas histórias

Quando o pesadelo vira outra forma de sonhar sem o medo dos assombros que rondavam.

Que setembro surpreenda  com sua capacidade de encantar traga o sol da primavera  desate os nós e forme  laços bem suaves nas entrelinhas das nossas vidas